A Visita (2015)

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Mesmo depois de dois fiascos fenomenais (Depois da Terra e O Ultimo mestre do ar), e de outros dois filmes medianos (Fim dos Tempos e A dama na água), esperei com muita ansiedade por “ The visit”), mais recente filme do diretor indiano M. Night Shyamalan.

Respaldado pela plena consciência de que um autor e diretor de filmes tão brilhantes como Sexto Sentido, Corpo Fechado, Sinais e A Vila, não poderia perder seu talento de uma hora para outra, mantive minha expectativa sobre The Visit até quando soube da notícia de que o filme seria um found footage, (ainda que menos motivado, diante de tal informação). Pouco antes do lançamento, uma nova informação dizia que o filme teria toques de humor, o que acabou baixando um pouco mais minhas esperanças de que o indiano pudesse voltar a ser genial.

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Os primeiros minutos do filme não animam muito, mas servem pra conhecermos os personagens principais e suas motivações. De início, vemos a mãe de duas crianças, Becca e Tyler, explicando didaticamente que os filhos vão viajar para se encontrar pela primeira vez com os avós maternos, pois uma briga familiar os manteve afastados há anos, a ponto de sequer se conhecerem.

Assim, a menina Beka e seu irmão Tyler, seguem para a viagem rumo à casa dos avós, localizada numa área rural da Pensilvânia, enquanto a mãe deles aproveita para fazer um cruzeiro com o novo namorado.Beka, a mais velha dos irmãos, pretende usar a viagem para realizar um documentário em que aspira a reconciliação dos avós com sua mãe, o que acaba justificando o estilo ”mockumentary” do filme.

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Ainda que nas primeiras aparições, Tyler pareça uma criança extretamente irritante, principalmente por conta de suas aspirações e intervenções rapper, o personagem é uma das coisas mais legais do fime, pois consegue trazer humor numa dosagem que não é nem muito sutil, nem tampouco exagerada, ideal para que não quebre a tensão e suspense que são fundamentais ao gênero.

Logo que chegam, as crianças são muito bem recepcionadas pelos avós que mesmo vendo-os pela primeira vez, demonstram todo afeto e carinho que o grau parentesco prega, com direito à bolo feito em casa e outros mimos. Mas apesar de toda cordialidade, aos poucos as crianças começam a notar também alguns comportamentos estranhos na casa, principalmente da avó, que costuma vagar a noite pela casa, aparetando algum sinal de doença.E com o passar dos dias, as coisas só vão piorando, até atingirem o clímax.

O roteiro, também escrito por Shyamalan, funciona muito bem com a ambientação do filme e com o belo trabalho dos atores, mesclando cenas de terror, suspense e humor, que se encaixam perfeitamente nos momentos mais inesperados, fugindo de fórmulas prontas e gerando assim, ainda mais envolvimento por parte do público. Há uma cena com um forno que faz o coração saltar de tensão.

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No compto final, “A Visita” pode não ser o melhor filme de Shyamalan, mas ao menos figura facilmente entre seus melhores. Se não tem a originalidade de “ A Vila”, ao menos se sustenta com méritos num gênero que apresenta cada vez mais sinais de uma morte anunciada, em que a quantidade de filmes é completamente desproporcional à qualidade dos mesmos. E pra reverter essa ordem, o talento do indiano em escrever e dirigir bons filmes de terror, é de fundamental importância.

Cotação

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