O Médico Alemão – Wakolda (2013)

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Ainda que existam centenas de filmes sobre o nazismo, é raro ver um desses exemplares que não apela para o sentimentalismo barato, para a comoção via senso comum, que quase sempre se transforma em sucesso de bilheterias.

Exemplos negativos têm aos montes, desde produções mais antigas (O Resgate do soldado Ryan), até mais atuais, (A menina que roubava livros”, “o menino do pijama listrado”), mas vez ou outra também temos obras brilhantes como “A queda”, “o Leitor” e agora e vinda da Argentina, “Wakolda – O médico alemão”.

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Produzido numa parceria entre quatro países (Argentina, França, Noruega e Espanha), Wakolda conta uma historia que mescla ficção e realidade quando remonta os últimos dias na Argentina, de um dos mais terríveis assassinos da historia da humanidade, o médico Josef Mengele, também conhecido como “Anjo da morte”.

i676320O filme se inicia com a narração em off de Lilith, uma menina de 12 anos que ao viajar rumo à Bariloche junto de sua família, acaba cruzando com o médico antes de atravessarem o deserto da patagônia. Como a família está indo para assumir uma bela pousada que lhes fora herdada, o médico acaba se aproximando da família e vira seu primeiro hóspede sob a identidade falsa de Helmut Gregor.

Desde o princípio, o médico demonstra grande interesse do médico menina, principalmente pelo fato desta apresentar um déficit de crescimento que a faz aparentar ter menos idade do que aparenta. E assim, esta logo se torna mais um objeto de estudo e cobaia dos experimentos de Helmut.

A aproximação de Helmut/Mengele com a família de Lilith é um dos pontos fortes do brilhante roteiro, afinal, além de impulsionar muito bem a trama, ainda explora as íntimas relações de alguns argentinos com a ideologia nazista, sobretudo quando nos mostra arquivos da escola onde Eva, a mãe de Lilith estudou e que agora é a escola da filha.

Outra grande sacada do roteiro foi colocar Enzo (pai de Lilith), como um criativo artesão confeccionador de bonecas, numa clara alusão às tentativas de Mengele em se obter uma “raça puramente ariana”, ainda mais quando este propõe a Enzo, FgMEGOXb1qka0OlX0T7pISl78LDSq3uhFHZP0UrbFlUindustrializar o processo de fabricação em série das bonecas. Da mesma forma, temos Walkolda, a boneca “defeituosa”, porém preferida de Lilith.

Além do roteiro, o filme oferece também uma belíssima fotografia que conta com as estontes paisagens argentinas, e ainda um elenco muito competente, principalmente nas atuações de Àlex Brendemühl (Helmut/Mengele) e de Florencia Bado (Lilith), uma jovem com talento suficiente para se tornar uma das grandes atrizes argentinas de nossa época. O roteiro, assim como a direção,  é de Lucia Puenzo, que já tinha realizado o elogiadíssimo “XXY” em 2007, e que agora, mais experiente, acerta novamente fazendo um filme ainda melhor.

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