Marrowbone (2017)

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Os últimos anos vêm sendo muito promissores no que diz respeito ao gênero terror. Desde que o chamado “new terror”, com filmes como Get Out, It Follows, A bruxa, The Invitation, entre outros, voltaram a ter relevância nas bilheterias, assim como também alguns filmes atuais que resgatam o terror clássico de casas assombradas, como Invocação do mal, Insidius, A Mulher de Preto, que também tiveram sucesso comercial, tem sido de praxe que, por ano,  ao menos dois ou três títulos consigam romper o gênero e atingir também outros públicos.

Foi assim com Get Out, com A Bruxa e agora, tudo indica que Marrowbone siga o mesmo caminho.

A trama traz a história dos Marrowbone (Rose e os filhos Jack, Jane, Billy e Sam), que para fugirem do patriarca da família, (um criminoso cruel e abusivo), migram da Inglaterra para os Estados Unidos, na antiga casa rural de Rose, no ano de 1969.

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A eminente morte da matriarca, vítima de uma doença, e a constante ameaça do retorno do pai que parece pairar sobre a família, eles fazem um pacto de permanecerem unidos e vão vivendo dia após dia quase que completamente isolados de outras pessoas da cidade, exceto pela presença de Allie, uma jovem vizinha moradora de uma fazenda próxima e de Tom, um ambicioso advogado responsável por cuidar dos trâmites relacionados à posse da propriedade dos Marrowbone.

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Com direção e roteiro do espanhol Sérgio G Sanchez, responsável pelo elogiadíssimo “O orfanato” (2007), e com um elenco repleto de jovens talentos, que tem George MacKay (Capitão Fantástico, de 2016), Mia Goth (de A Cura, 2016), Charlie Heaton (Strange Things), Kyle Soller (Anna Karenina, 2012) e a nova princesinha do terror, Anya Taylor-Joy (A bruxa, Fragmentado), o filme flerta com o terror clássico, e seu roteiro, que guarda mistérios e revelações surpreendentes até seus últimos minutos, é magistralmente escrito, coisa que só mesmo quem domina muito bem tal gênero, sabe fazer.

Daí talvez a opção de Sanches de além de escrever o roteiro, também dirigir o filme, pois dessa forma, consegue arrancar do elenco a exata carga emocional necessária pra cada cena, trazendo uma dramaticidade muito realista, que acaba tornando as atuações ainda mais autênticas e verossímeis.

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Mesmo que uma ou outra ideia utilizada não seja 100% original, (não me recordo qual foi a última ideia 100% original usada nesse gênero), o filme merece muito ser visto e receber os elogios que tem recebido (recentemente foi nominado ao premio Goya), pois como disse anteriormente, além das muitas qualidades técnicas (trilha sonora, fotografia, edição), ele ainda consegue capturar toda emoção e tensão sem precisar apelar para saídas e sustos fáceis.

Enfim, se você é um apreciador de uma boa história, mesmo não sendo um fã do gênero terror, precisa ver Marrowbone. E se você é fã do gênero, não pode de jeito nenhum perder esse filme maravilhoso, que prova mais uma vez que o gênero ainda tem diversas possibilidades a serem exploradas, basta que bons roteiros caiam nas mãos certas.

Veja o trailler legendado, clicando aqui

 

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